30/04/10

Petição pela redução do número máximo de alunos por turma e por professor


Está a decorrer uma petição pública com o objectivo de alertar para a necessidade de reduzir o número de alunos por turma e por professor.

Passo a transcrever o enunciado da petição para que a conheçam e decidam se a querem assinar:

"A igualdade de oportunidades no acesso e no sucesso para todos os alunos e alunas não é uma realidade. Muitos factores contribuem para o facto de Portugal possuir um dos mais selectivos sistemas de ensino na Europa, e o elevado número de alunos por turma e por professor/a, em tantas escolas do país, é um deles.

Não se pode falar de diferenciação e de individualização do ensino -aprendizagem com 28 alunos por turma. Não se pode falar do direito ao sucesso para todos com professores com 7 e 8 turmas.

Não se pode falar com verdade sobre planos de recuperação, ou quaisquer estratégias individualizadas, com turmas sobrelotadas e professores/as com 160 ou 170 alunos.

A presente petição é para mudar esta realidade. Ela é subscrita por encarregados de educação, mães e pais, por professores e professoras, por alunos e alunas, por cidadãos e cidadãs para quem a qualidade do ensino na escola pública e o direito ao sucesso para todos/as é uma prioridade.

Assim sendo, os cidadãos e as cidadãs abaixo identificados/as defendem a alteração dos limites em vigor para a constituição de turmas, bem como critérios de relação docente/número de turmas, propondo que:

1 - No Jardim-de-infância e no 1.º ciclo do ensino básico, a relação seja de 19 crianças para 1 docente, alterando-se para 15 quando condições especiais - como a existência de crianças com necessidades educativas especiais ou outros critérios pedagógicos julgados pertinentes, no quadro da autonomia das instituições - assim o exijam. Deve ainda ser colocado/a um/a assistente operacional em cada sala de JI.

2- Do 5.º ano ao 12.º ano, o número máximo de alunos e alunas por turma seja de 22, descendo para 18 sempre que se verifiquem as condições acima enunciadas.

3 - Do 5.º ao 12.º ano, cada professor e professora não poderá leccionar, anualmente, mais de cinco turmas, num limite de 110 alunos."

Caso a pretendam assinar, encontram esta petição online em http://www.peticaopublica.com/?pi=aluturma.

A mim parece-me fazer todo o sentido e assinei-a, apesar de não ter grande esperança de que haja alterações a este nível, pelo menos a curto/médio prazo. Espero estar errada!

21/04/10

"Aprende Comigo"




Está disponível na área infantil do site do Instituto Nacional de Reabilitação, um livro de Isabel Cottinelli Telmo, com ilustrações de Fernanda Vaz e editado pela APPDA - Lisboa, Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo.

Com uma linguagem simples e apoiada por imagens, é muito bom para explicar o autismo às crianças.

Sigam o link:


Segundo o mesmo site, a história existe também em CD-ROM interactivo, disponível na APPDA.

Aventuras propostas pelo INR


Descobri hoje, por acaso, que o site do Instituto Nacional de Reabilitação inclui uma Área Infantil muito interessante.

Se seguirem este link


vão encontrar uma secção de Aventuras, cujo objectivo é o de ajudar os mais novos a compreenderem melhor que as crianças não são todas iguais e, de uma forma atractiva e adequada, desafia-os a procurarem respostas para as dúvidas que têm sobre estes temas.

Julgo que é um recurso muito útil para pais e professores - tanto num contexto como noutro, será enriquecedor ouvir as respostas que cada criança poderá dar às questões levantadas e, com elas, reflectir um pouco sobre esta temática!

Só para terem uma ideia, até ao momento encontram 4 aventuras:

- Uma criança surda consegue contar uma anedota?

- Uma criança em cadeira de rodas pode ser um atleta?

- O que é o autismo?

- Uma pessoa cega consegue ler um livro?

Depois, partilhem connosco a vossa experiência!

DSM-V


Já estão disponíveis, em http://www.dsm5.org/, as alterações propostas para o novo DSM, com edição prevista para Maio de 2013.

encontram as propostas de alterações nos diagnósticos de Síndrome de Asperger, de Autismo e de PHDA, entre outros.

Leiam e comentem!

18/04/10

Livro "Olha-me nos Olhos"


Título: "Olha-me nos olhos - a minha vida com Asperger"
Autor: John Elder Robison
Editora: Editorial Presença
Data: Fevereiro de 2010

"Olha-me nos olhos" é um livro interessante! Escrito por John Elder Robison, conta o seu percurso desde a infância até depois do diagnóstico de Síndrome de Asperger e é, por isso mesmo, muito rico em descrições que nos ajudam a compreender melhor esta perturbação.

Por ser autobiográfico, dá-nos uma visão diferente de quando lemos um livro técnico e conseguimos facilmente associar as experiências descritas pelo próprio às encontradas nas descrições teóricas. Além disso, quem conhece portadores do Síndrome de Asperger vai sentir que já conhece algumas das situações descritas!

Deixo-vos algumas transcrições do livro, retiradas de um capítulo intitulado "Lógica versus Conversa de Circunstância":

"Eu sou um tipo muito lógico. (...) Isso pode originar problemas em situações sociais comuns, porque a conversação norma sem sempre se desenrola logicamente. (...) Para mim, é óbvio que as pessoas comuns possuem capacidades de conversação muito para além das minhas e, frequentemente, as suas respostas não têm nada a ver com a lógica. Desconfio que as pessoas normais estão programadas para desenvolver a capacidade de perceber insinuações indirectas de uma maneira que não acontece comigo."

"As pessoas abordam-me sem serem convidadas, e proferem afirmações que não foram solicitadas. Se não recebem a resposta que esperam, ficam indignadas. Se eu não responder, ficam indignadas por isso. Assim, nunca posso ganhar. Dentro desta linha de raciocínio, porquê falar sequer com as pessoas? Bom, muitos autistas não o fazem, possivelmente por essa mesma razão."

"As pessoas normais parecem aprender uma reserva de perguntas que usam para preencher um vazio na conversa. (...) Para mim, é um mistério como é que as pessoas normais sabem quais destas perguntas devem fazer. Têm melhor memória do que eu ou é apenas sorte? Deve ser um condicionamento social, algo que me falta em absoluto. (...) Por isso é que, há alguns anos, aprendi a soltar um «Uf!» evasivo se preciso de iniciar uma conversa ou preencher um silêncio. As pessoas ouvem e ficam sem saber bem o que dizerm , mas em geral não consideram «Uf!» indelicado. Depois tento desembaraçar-me com a resposta que obtenho."

"Eu, contudo, não exibo qualquer sinal exterior de uma incapacidade conversacional. Por isso, quando dou um passo em falso na conversa, alguém exclama: «Que idiota mais arrogante!» Espero ansioso o dia em que a minha deficiência me permita desfrutar do mesmo respeito concedido a um fulano numa cadeira de rodas. E, se esse respeito vier acompanhado de um lugar reservado no parque de estacionamento, não direi que não. Uf!"

Julgo que concordarão comigo que, só por este capítulo, vale a pena ler o livro!

Boas leituras!

15/04/10

Sugestões para promoção da auto-estima

É importante que, tanto a escola como a família, contribuam para uma reconstrução forte e positiva do auto-conceito e da auto-confiança das crianças e jovens, o que acabará por contribuir para um maior empenho nas actividades em que se envolvem.

Mas de que forma poderão os pais promover a auto-estima dos seus filhos, nomeadamente em relação ao seu empenho/sucesso académico?

- Favorecendo relações de amizade com os colegas da escola (promovendo saídas de fim de semana, convites para idas a casa, etc.);

- Não fazendo comentários negativos em público, relativamente ao seu comportamento ou ao seu desempenho escolar;

- Promovendo actividades extra-curriculares que lhe agradem, que lhe proporcionem o contacto com outras crianças/jovens e em que possa “sentir o sabor do sucesso”;

- Incentivando a criança a não deixar tarefas a meio, completando aquilo que se propõe fazer;

- Evitando comparações negativas em relação a outros;

- Não recriminando exageradamente os seus erros;

- Valorizando o seu esforço/empenho e os progressos alcançados;

- Sendo afectuoso para com a criança/jovem;

- Mostrando-lhe claramente que os resultados obtidos compensam o esforço empregue para os alcançar;

- Dando-lhe todo o apoio para alcançar o êxito!

12/04/10

Jogo do Lince



O Jogo do Lince é um jogo rico em potencialidades! Perfeito para utilizar em vários contextos: em casa, com a família; na escola, em pequenos grupos; em clínica, em sessões de intervenção individualizadas.

Bom para treino da atenção e da percepção visual, permite também uma boa estimulação da linguagem, sobretudo em idades mais precoces (com o incentivo à nomeação e identificação das imagens).

Existe à venda em várias versões: O Clássico, o Gigante e o Especial Disney.

Tenho ainda uma versão brasileira, da Turma da Mónica, com um extra: cada peça tem a letra inicial o que permite utilizar as peças com outros objectivos, nomeadamente para treino da escrita, através da construção de listas de palavras, por exemplo.

Pessoalmente, prefiro a versão Clássica para crianças mais novas, pelas potencialidades na intervenção na linguagem. Para treino da atenção, todos são divertidos!