30/03/10

Sugestões de actividades para treino da consciência fonológica

1. Memorizar e produzir rimas, lenga-lengas e destrava-línguas
2. Dividir as palavras em sílabas/sons, batendo palmas por cada sílaba/som
3. Jogos de palavras:
- Inventar palavras que comecem por determinada sílaba/som
Ex. "pa" (palhaço, pano, passado, panela, ...) / "p" (pirata, panela, pato, polícia, ...)
- Inventar palavras que terminem em determinada sílaba/som
Ex. "la" (cola, bola, mala, bela, ...) / "a" (bola, mota, capa, gema, ...)
- Retirar uma determinada sílaba/som a uma palavra
Ex. sapato - pato, fivela - fila, ... / meu - eu, luta - lua, ...
- Acrescentar uma determinada sílaba/som a uma palavra
Ex. cola - sacola, filho - Fialho, ... / arco- barco, lua - lupa, ...
- Trocar uma determinada sílaba/som por outro, numa palavra
Ex. mota - mola, bola - bela, ... / bola - sola, mata - mala, ...
4. Fazer dicionários fonológicos (folhas com recortes para cada sílaba/som)
5. Criar lotos fonológicos

Divirtam-se!

29/03/10

O Plano de Saúde das Crianças


Este é um livro escrito pelo pediatra Paulo Oom e trata-se de um guia médico para pais e professores. De carácter muito prático, inclui informações úteis para lidar com os problemas mais frequentes no dia-a-dia de uma escola, nomeadamente ao nível da segurança, dos primeiros socorros, da prevenção e controlo das doenças mais frequentes (incluindo informações relacionadas com as doenças que obrigam a evicção escolar e a utilização de medicamentos na escola), da alimentação e da prática desportiva.

Mais relacionado com a temática deste blog, inclui um capítulo relacionado com a aprendizagem e, mais especificamente, com as dificuldades de aprendizagem, para o qual tive o prazer de colaborar.

Recomendo a pais e a educadores e professores!

Actividades que promovem a manutenção da atenção

- Passatempos: labirintos, sopas de letras, diferenças, …
- Jogos:
de estratégia: xadrez, damas, abalone, …
de tabuleiro: Jogo da Glória, Jogo do Lince, Mastermind, Scrabble, …
de cartas: tradicionais, UNO, …
de computador: Tetris, Snake, Zuma, …
de playstation: Buzz Júnior: Festa na Selva, …
no papel: Países, Jogo do Galo, Jogo dos Pontos, …
- Puzzles
- Leitura
- Actividades desportivas: judo, karate, jogos de equipa, golfe, …
- Aprendizagem de musica

25/03/10

P.A.C.A - Prova de Avaliação de Capacidades Articulatórias (3 aos 6 anos)


Descobri há dias, na FNAC, este teste de avaliação da articulação. O preço atractivo levou-me a comprá-lo, apesar de não ser exactamente a minha área de intervenção - gosto de ir conhecendo os testes que vão aparecendo em áreas complementares à minha.

Julgo que poderá interessar a alguns visitantes deste blog, pelo que passo a citar a sua sinopse:

"O facto de não existir um instrumento sistematizado que registe as características articulatórias da fala da criança e que contemple o espectro fonológico do Português dificulta a avaliação objectiva da criança a este nível e a troca de informação entre os profissionais.
Deste modo, a Prova de Avaliação de Capacidades Articulatórias (P.A.C.A.) tem por objectivos:
• registar as particularidades da fala da criança em situação de produção induzida e, sempre que necessário, por repetição;
• fornecer aos educadores de Infância um instrumento que permita a elaboração de um relatório que facilite o encaminhamento de eventuais problemas de fala.
Para além dos objectivos acima definidos, esta Prova de Avaliação das Capacidades Articulatórias (PACA) permite que, de uma forma lúdica, se incentive a criança a produzir espontaneamente os 51 itens que fazem parte da prova. Assim, a título de exemplo, propomos que os educadores construam jogos da memória e de loto com as imagens utilizadas na prova. No jogo da memória, a criança, ao escolher dois cartões que estão virados para baixo, deverá descobrir pares idênticos; no tradicional jogo do loto, a criança, consoante vá retirando os cartões de dentro de um saco, deverá ir nomeando as imagens e verificando se possui essa imagem no seu cartão ou cartões.
Esta publicação é composta por uma brochura e um conjunto de treze cartões picotados que permitem destacar as imagens."

Mais informações em http://www.ruigracio.com/

Fico a aguardar opiniões de quem já o tenha utilizado!

24/03/10

Blokus


Aqui vai a sugestão de um jogo muito bom para treinar a atenção, a percepção visual e a orientação visuo-espacial.

Para quem não conhece, é um bom jogo para jogar em família (dá para jogar com 2 pessoas, mas idealmente com 4), divertido e com regras fáceis de aprender (adequado para crianças a partir dos 5 anos).

Encontram facilmente à venda em hipermercados e lojas de brinquedos.

Recomendo!

Algumas sugestões para ajudar a criança a aumentar a capacidade de memória auditiva

- Ouvir uma pequena história, cheia de pormenores (por exemplo: “Era uma vez uma menina chamada Inês. Ela era alta, morena e muito bonita e vivia numa casa nova, branca com janelas verdes, com um grande jardim cheio de flores vermelhas e amarelas e um pequeno lago com pequeninos peixes dourados, muito comilões”) que pode ser inventada no momento. No final, a criança terá de repetir a história com o maior número possível de pormenores;

- Memorizar pequenas listas de compras que terá de efectuar;


- Repetir conjuntos de dígitos:
Começar por 3 (por exemplo: 6, 4, 9) e ir aumentando progressivamente;
- Repetir conjuntos de letras:
Começar por 3 (por exemplo: F, T, M) e ir aumentando progressivamente;

- Fixar letras de músicas;

- Aprender rimas e lenga-lengas:
Exemplos: “O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia”
“Fui comprar bolas ao senhor Bolas, o senhor Bolas não tinha bolas. Ora bolas para o senhor Bolas!”
“Se o Papa papasse papa, se o Papa papasse pão, o Papa tudo papava, seria o Papa papão.”
“A Graça disse à Graça uma graça e a Graça achou muita graça.”

- Repetir listas de palavras, após 3 minutos:
Começar por conjunto de 3 palavras do mesmo tema (por exemplo: banana, maçã, pêra) e ir aumentando progressivamente o número de palavras, dentro do mesmo tema (por exemplo: animais, alimentos, vestuário, nomes femininos, cidades, objectos escolares, meios de transporte, cores, etc.).
Numa segunda fase, utilizar palavras que comecem pela mesma letra, de diversos temas (por exemplo: bola, barco, bolota, boneca, binóculos).
Finalmente, utilizar palavras de 3 temas diferentes (por exemplo: João, Manuel, António, carro, bicicleta, avião, vestido, casaco, calças).

19/03/10

Livro sobre Dislexia


Aqui vai uma sugestão de um bom livro para quem quiser saber mais sobre dislexia. Escrito por Sally Shaywitz foi traduzido e editado pela Porto Editora. Apesar do original ser de 2003, está ainda muito actualizado. Será talvez dos livros mais completos, traduzidos para português. Aconselho!

Algumas sugestões para ajudar a criança a estar mais atenta

- Definir uma rotina regular para os TPC (mesma hora e mesmo lugar, todos os dias). Se a criança for envolvida na definição do horário, ela poderá ser mais cooperante;

- Quando a criança está a estudar, planear intervalos regulares (usar, por exemplo, um relógio de cozinha para monitorizar os tempos). Deixá-la andar pela sala, beber um copo de água ou comer qualquer coisa;

- Fazer comentários construtivos. Dizer “Estou contente por teres começado esse trabalho. Amanhã, revejo aquilo que já tiveres feito” em vez de “Não fizeste nada durante a semana inteira”;

- Reforçar as alterações positivas, mesmo que pequenas, no comportamento da criança. À medida que se ajuda a criança a perceber os progressos que está a fazer, a sua motivação e auto-confiança irão aumentar;

- Agendar reuniões regulares entre pais e professores para monitorizar os progressos;


- Tentar perceber se a criança necessita de mais tempo, de um local mais sossegado para trabalhar ou de trabalhos mais curtos, para obter o sucesso;

- Se as dificuldades forem marcadas ou se mantiverem mesmo com a alteração das estratégias, será recomendável que a criança seja sujeita a uma avaliação psicopedagógica para perceber melhor a origem das dificuldades.

18/03/10

Rastreio das Pré-Competências Académicas

O rastreio das pré-competências académicas está inserido nos rastreios pré-escolares (que incluem também o rastreio visual, auditivo e dentário), habitualmente recomendados antes da entrada para o 1º ciclo do ensino básico.
Este rastreio, especificamente, tem como objectivo o despiste de eventuais dificuldades nos pré-requisitos académicos, ou seja, nas competências directamente relacionadas com as aprendizagens escolares.
Em termos gerais, o rastreio inclui a avaliação das áreas consideradas mais importantes para o sucesso na aprendizagem, sendo elas a atenção, a cognição não verbal, a memória auditiva, a consciência fonológica, a linguagem sobretudo como pré-requisito da aprendizagem da leitura e o conhecimento básico das letras e dos números.
Geralmente, recomenda-se que o rastreio seja efectuado a todas as crianças entre os 5 e os 6 anos, durante o ano lectivo anterior à entrada para o 1º ano de escolaridade. Preferencialmente, a avaliação deve ser feita entre Janeiro e Abril do ano de entrada para a escola, de forma a que, caso surjam dificuldades, exista ainda algum tempo para iniciar intervenção e trabalhar as áreas mais fracas e, por outro lado, caso as dificuldades sejam bastante relevantes, possa ser feito o pedido de adiamento escolar.
Quando esta avaliação não é assegurada pelas escolas, recomenda-se que os pais falem com o pediatra da criança e lhe peçam orientações relativamente ao local onde se poderão dirigir para a fazer. Trata-se de uma avaliação habitualmente assegurada por Psicólogos ou por Técnicos Superiores de Educação Especial e Reabilitação, sendo que o importante será procurar técnicos com experiência nesta área e que, por isso mesmo, dominam o que é de esperar nesta faixa etária e fase de escolaridade e têm sensibilidade para reconhecer dificuldades mais subtis.
Será interessante que, no final do rastreio, seja efectuado um relatório que inclua informação relativa à prestação da criança em todas as áreas avaliadas (e a forma de avaliação de cada área), uma conclusão geral e as recomendações ou sugestões de actividades para casa e para a escola. Desta forma, o rastreio terá grande utilidade para pais e educadores e, consequentemente, trará um maior benefício para a criança, permitindo adequar as actividades às necessidades reais individuais.
É importante salientar que o rastreio não nos diz se a criança tem ou vai ter, por exemplo, uma dislexia, mas indica-nos se a criança possui os pré-requisitos considerados essenciais e, com base nessa informação, se está ou não em risco de vir a revelar dificuldades nas aprendizagens escolares.
Pelo seu valor preventivo, esta avaliação assume uma importância valiosa para a criança e para o seu sucesso escolar!

O estranho caso do cão morto


Este é um livro que sugiro a todos os que se interessam pelo Autismo, e não só! Foi escrito por Mark Haddon, escritor e ilustrador, que trabalhou com crianças autistas e escreve este romance magnífico, narrado por um jovem de 15 anos com autismo. Quando o li, não consegui deixar de o associar a várias crianças e jovens com autismo com que já trabalhei... Boas leituras!

O início...

10 anos depois de ter começado a trabalhar em educação especial... e tanta coisa que mudou! Há cada vez mais material de intervenção disponível, o acesso à informação está muito mais facilitado, os blogs e as redes sociais vieram facilitar imenso a partilha de experiências, tudo parece estar à distância de um clic!

Este blog surge precisamente dessa constatação! Aqui incluirei o que conheço e o que for descobrindo na minha área profissional, na expectativa de que seja útil para outros. E fico a aguardar a colaboração de todos, através de comentários ou de sugestões.

Aqui vamos nós, iniciar este percurso de... Crescer Especial!